COLUNA: Onze jogadores e sua torcida

Se não for possível na qualidade, vamos na raça e na vontade
Por João Lucas Dionisio (@joaolucasamp)
Publicado em 23/09/2021 - 15:07

Não é novidade para ninguém que a torcida carrega a Ponte Preta nas costas desde a fundação, há 121 anos. Também não é novidade que a grande paixão do pontepretano não é o futebol, mas, sim, o clube. Particularmente, não possuo nenhuma capacidade para analisar taticamente uma partida. Não sou daqueles que se interessam em qualquer jogo que esteja passando na televisão. Prefiro assistir outra coisa. Talvez um documentário ou filme com a Giovanna. Entretanto, se a Ponte Preta participar de um campeonato de xadrez, faço questão de torcer, mesmo sem entender por completo como funciona o esporte. 


O elenco atual da Ponte Preta, realmente, não é um primor de qualidade. Eu sei disso. Você sabe. Todos sabem. Falar sobre a falta de habilidade técnica do time, atualmente, é chover no molhado. Obviamente que, como jornalista, a analise da situação é fundamental. Contudo, neste espaço, falo, acima de tudo, como mais um torcedor pontepretano. Um apaixonado que, por vezes, passa dos limites, como qualquer um. Já cometi algumas loucuras, no bom sentido da palavra, como viajar para a Argentina de ônibus e reprovar de ano no ensino médio para assistir a final da Sul-Americana, em 2013. Se me arrependo? Jamais. Me tornei o que sou por conta dessas andanças com Torcida Jovem, Ponterror, Serponte e etc. Parafraseando 'Os Racionais', em Fórmula Mágica da Paz, "não vou negar quem eu fui, quem sou. Gosto de onde estou e de onde eu vim, ensinamento da favela foi muito bom pra mim." 



Quando eu cheguei ao estádio e vi essa nação, foi de arrepiar - Ivan, goleiro da Ponte Preta


Quem assiste o Macacast percebe que, costumeiramente, sou o mais perdido. Não sei falar sobre posicionamento ou esquema de jogo, por isso não emito opinião sobre, até mesmo para não estragar o programa. Tento ser quem sou: um bobo apaixonado que diz, com total certeza, que a Ponte Preta iria atropelar o Náutico que, na época, era o líder do campeonato. E quase deu, hein? Eu sei da alvinegra. E sei que a última partida, contra o Operário, foi um verdadeiro teste para cardíaco. Se você está vivo e lendo este texto, parabéns! Seu coração está em ordem! 


O que não está em ordem, no caso, é o respeito de algumas pessoas com a história, com a torcida e com o próprio elenco. Alguns estão mais preocupados com o pleito eleitoral, em novembro, do que com a Ponte Preta. A instituição precisa, mais uma vez, dos verdadeiros apaixonados. Não estou muito preocupado com as promessas vazias que alguns vão declarar em alto e bom som por aí, já que estamos em período eleitoral. Sinto que os verdadeiros "donos" do clube têm mais o que fazer: apoiar os jogadores e salvar o clube de um rebaixamento vergonhoso. Quem são os donos? Os torcedores. 


Eu sei, de cor e salteado, que o time não é bom. Porém, também sei que, quando a torcida abraça, não tem pra ninguém. Que tenhamos a mesma união de um Dérbi. A mesma união de 2003. O mesmo empenho de 2011. As mesmas loucuras de 2013. Caros(as), eu não quero nem saber qual time é o melhor da competição. Alguma coisa mexeu com o brio dos jogadores e digo com absoluta certeza: não foi nenhuma promessa financeira vazia. Foi a torcida.