É um momento especial para o torcedor pontepretano.
Irritado com as recentes atuações da equipe e cansado dos desmandos da diretoria, se tem uma hora em que o alvinegro consegue escapar de tudo isso, extravasar e explodir de felicidade tem sido quando encontra o rival pela frente.
E dessa vez não foi diferente. Vamos analisar as atuações da Ponte Preta na vitória acachapante, por 3 a 1, no dérbi 199.
Foto: Divulgação/Ponte Press
Ygor Vinhas: 5,5.
Ganhou um boi dos seus companheiros, porque se não fosse a vitória da Macaca estaríamos falando mais da sua falha no gol de empate de Davó. Chute foi fraco, defensável, e o arqueiro caiu atrasado na bola e só observou quando ela entrou mansa na sua rede. Fez defesa importante quando o placar estava definido - o confronto ainda não - e o que mais faz subir sua nota é a participação importante que tem com os pés na saída de jogo da Ponte. Só precisa melhorar atributos e parar de ter falhas decisivas.
Apodi: 7,8.
É um diferencial dessa equipe. Líder do grupo, tem cancha, tem história, tem muito empenho e se falta qualidade técnica certas vezes, ele resolve no poder de decisão. Na defesa sempre foi firme, não brincou em serviço e no ataque, chegando como lateral afrente, é vital. Deu assistência em cruzamento perfeito para Moisés abrir o placar em momento chave da partida, para desafogar e colocar a Macaca no jogo.
Rayan: 7,2.
Parece as vezes que demora um pouco a entrar no jogo, conseguiu errar um passe perigoso com menos de 10 segundos de bola rolando. Tirando uma ou duas entregadas de saída de bola, foi importante nesse quesito e firme também na marcação no chão e no alto. Não é de todo terrível e precisa de mais sequência. Foi coroado no final com um baita lançamento que iniciou a jogada do terceiro tento alvinegro. Bolaça na cabeça do Camilo.
Ruan Renato: 7,5.
Foi novamente o melhor da zaga da Ponte e está se firmando como tal. Tem suas dificuldades, suas limitações, não são poucas, e apesar disso consegue se destacar na firmeza na marcação, empenho nas jogadas e participando ativamente e com poucos erros da saída de bola do time. Ainda me surpreende. Infelizmente não conseguiu travar o chute do Davó, mas foi quase. Ele chegou no lance em bela recuperação.
Felipe Albuquerque: 7,0.
A gente separa as crianças e os adultos quando um jogador que chegou muito recentemente, faz um dérbi como sua segunda partida, atua fora de posição e vai bem. Esse não é mais menino. Jogador pronto, Felipe fez uma partida extremamente segura na linha defensiva, apesar de ter errado na sobra do escanteio que originou o gol de empate rival. Teve certos problemas pra se adaptar à lateral esquerda, mas se esforçou demais pra desempenhar bem. Detalhe: não perdeu nenhuma dividida. Entrou sério, em clima de Grenal.
Dawhan: 7,0.
Participou menos do jogo ofensivo, embora seja muito importante na recomposição. Teve uma infelicidade, azar mesmo, na hora que tocou na bola e praticamente lançou Régis em profundidade no gol adversário, mas acontece. De resto foi firme, sem gracinha. Entrou Barreto: sem nota. Pouco participou.
Vini Locatelli: 7,2.
Se Dawhan pouco apareceu no momento ofensivo, é porque a responsabilidade da saída e início das jogadas da Ponte ficou nos pés de Vini Locatelli. E ele foi bem, tem qualidade pra isso, bom passe e boa visão de jogo. Pecou talvez em forçar demais lançamentos em profundidade que não estavam dando certo. Quando colocou a bola no chão, foi importante. Assim como na defesa. Firme.
Camilo: 7,5.
Pode não ter participado tanto do jogo, ainda acho que esse esquema o prejudica e o tira da zona de causar perigo ao oponente. Apesar disso, a qualidade dele é inegável. E que baita assistência, inteligentíssima ao Moiés no terceiro gol. Bonita casquinha pra limpar a jogada para o catarinense brocar mais um. Entrou Marcos Júnior: também sem nota.
Niltinho: 7,0.
Só de estar em campo já mostra o quanto tá fechado com o projeto, com o clube e com a torcida. Passou muito mal, foi parar no hospital, não treinou direito, mas fez questão de entrar e dar o seu melhor. Importante na amplitude do time, embora nem tanto efetivo, ele faz muito bem a recomposição e se dedica demais para isso. Obrigado, Niltinho!
Paulo Sérgio: 7,2.
Tem sido cada vez mais importante no esquema tático quando volta pra fazer a entrada da área como falso 9 e fazer o time ter sequência nas jogadas de ataque. Algumas vezes ainda tem um surtos, tipo afastar uma bola da área de ataque de cabeça, chutar uma bola do meio de campo pro escanteio rival. Fato é: desencantou. Teve enorme personalidade em pedir a bola ao Camilo, se ele perde ali é o fim da história dele com a camisa da Ponte. Como ele tirou o goleirinho da bola, pegou forte e converteu, tomara que agora seja o seu início.
Moisés: 10.
Pode 10? Pode, né? Pode. De renegado, quase dispensável, para principal jogador do time e dono de um dérbi dele. O #MoisesDay entra para a história da Ponte Preta, assim como dérbi do Gigena, do Weldon, do Cajá, do André Luís, e tantos outros. Do Morro da Fumaça-SC para tacar fogo no dérbi 199, foi responsável por literalmente todas as jogadas de perigo da Macaca na partida. Confiante, se posicionou perfeitamente para fuzilar o 1 a 0, cavou um penal discutível com rabisco dentro da área rival no 2 a 1, e gosta de ir pra cima do defensor sabendo que tem bom drible e velocidade para passar de qualquer um. Fez isso no 3 a 1. E que finalização de qualidade na saída do goleiro. Golaço! Pedrinho: sem nota.
Conjunto: 8,0.
Demorou pra pegar no tranco, no início do jogo aparentava ter as mesmas dificuldades do restante do campeonato, lenta demais na criação e na recomposição, mas teve tranquilidade, concentração e seriedade que jogos grandes exigem. Dérbi não se joga, se ganha.
Sandro Forner: 7,0.
Cumpriu bem o protocolo, deu suporte aos atletas na beira do gramado e mudou quase que só por formalidade.
Guarani: 4,0.
Esperava muito mais dificuldades causadas pelos adversários. Teve até lances perigosos, mas parece que desde o primeiro tempo, na sua proposta de marcação e saída em velocidade, não tentou tanto machucar a Ponte. Medo de levar um contra do contra, talvez. Se encaixotou na marcação - frágil - da Macaca. Impressionante como, mesmo quase sempre chegando para dérbis em melhor momento, não consegue traduzir isso em campo. Ainda bem pra nós.