No jogo em que a identidade imposta por Fábio Moreno ao time mais funcionou, sobretudo no primeiro tempo, ainda não foi suficiente para fazer a Ponte convencer. Aliás, sequer vencer a partida.
Talvez o Botafogo fosse o sparring perfeito pro momento. Fraco defensivamente, dando espaços, praticamente inofensivo, e infelizmente, mesmo assim, não fomos capazes de nocautear o adversário.
Sem balançar as redes, a Macaca arriscou toda a sua superioridade inútil nos últimos momentos do duelo em tempo regulamentar e também nas eternas penalidades. Conseguiu avançar, sem vencer e muito menos convencer.
Vamos avaliar individualmente esse raro bom momento coletivo?
Foto: Divulgação/Ponte Press
Ygor Vinhas: 7,5.
Quem mais pode ter aproveitado essa chance para se redimir. A redenção de Ygor, das más atuações e comprometidas que eram constantes nos últimos jogos, começou antes mesmo das penalidades. Salvou a equipe em defesa à queima-roupa no fim da partida. Depois, de 15 cobranças do adversário, pegou duas e mostrou diversas técnicas diferentes para tentar agarrar as outras. Funcionou, não funcionou? Só não ganha nota mais alta, por quase ter tomado um gol do vento no tempo normal.
Apodi: 6,0.
Teve um papel ofensivo muito importante no primeiro tempo, quase chega para marcar gol em boa jogada de Dawhan. Na segunda etapa, caiu de rendimento com o time e com uma função defensiva mais importante. Confesso que assustei por ter sido o último de linha para cobrar pênalti, e a verdade é que bateu muito bem.
Rayan: 5,0.
Ê, Rayanzão. Não foi mal enquanto esteve em campo, então ganha uma nota legal. Problema é que se machucou de novo, coisa de dar dó mesmo. Quando volta a ter sequência no time titular, se lesiona novamente e parece que sozinho. Não dá pra ter um jogador como esse no grupo, infelizmente. Luizão: 6,5: entrou firme na defesa, sem comprometer e acho que cobrou das melhores, se não a melhor penalidade da equipe.
Ruan Renato: 4,0.
Hoje foi sucão de Ruan Renato. No primeiro tempo também participou bem da distribuição das bolas, mas no segundo... quase entrega a paçoca em duas oportunidades diferentes. Salvo pela ruindade do adversário e por Ygor Vinhas. Esse é o perigo de centralizar a saída de jogo com ele. Duro até pra bater penal, correu pra bola parecendo uma carreta estacionando, pelo menos enfiou um canudo nas redes.
Felipe Albuquerque: 7,0.
Sem querer zicar, mas esse moleque é bom, hein? Jogando improvisado, assume uma função basicamente defensiva e vai muito bem. Desarma muito, posiciona legal. E deixou um gostinho de querer ver ele chegando mais adiante quando quase marcou um golaço de fora da área. Bateu bem o pênalti. Boa atuação.
Vini Locatelli: 6,2.
Fez fluir legal o jogo pelo meio campo, aproveitando a frágil e espaçada marcação do time de Ribeirão. Ainda está muito fora de forma e tem uma dificuldade em dominar a bola e ela sempre escapar distante dele, o fazendo perder certo tempo nas ações. Fora isso, foi bem. Tem visão de jogo importante. Se a cabeçada do Camilo entra, ia sair consagrado pela bolaça que meteu pro Apodi. Bateu o pênalti morrendo de medo de perder de novo, eu também estava. Converteu.
Dawhan: 7,5.
Melhor partida do Dawhan na temporada e se pá até com a camisa da Ponte Preta. Dá inclusive pra dizer que foi o melhor em campo. Fez o que se espera dele no momento defensivo e até muito mais do que se tem expectativa na frente. Criou jogadas acionando os lados do campo e até individuais em que saiu driblando todo mundo, levou perigo em cabeçada de escanteio. Olha... baita jogo do Dawhan. Na disputa de pênaltis, teve muita personalidade e estilo na cobrança, deslocando duas vezes o goleiro rival.
Niltinho: 3,0.
Péssima partida do mano Nilton, hein? Pior em campo? Nada deu certo, até quando tentou sair da bola num contra-ataque que disparava com Camilo, atrapalhou o camisa 10. Saiu insatisfeito com a sua atuação, sabendo que precisa melhorar. Entrou Renan Mota: 6,8, que praticamente não participou do tempo normal, mas meteu duas ótimas cobranças dentro do barbante. Quem mais teve medo dele isolar a primeira na arquibancada?
Camilo: 7,0.
É muito bom jogador tecnicamente, e mesmo que o esquema tático e seu posicionamento determinado o venha atrapalhando nos jogos, sempre dá um jeito de aparecer. Quase guardou uma falta antológica no Majestoso. Depois disso, faltou firmeza para assumir a cobrança das outras duas que teve e deixou para os companheiros. Tá sendo "brother" demais, precisa chamar mais a responsa da 10 e da faixa. Nas penalidades, até agora, impecável. Bate muito bem. Ontem fuzilou mais dois.
Moisés: 5,0.
Muito marcado, muito visado pela defesa adversária e infelizmente distante de quem o pudesse ajudar ali naquela área do campo. Sumidão. Não deve bater bem pênaltis e por isso foi substituído por Bruno Michel: 6,5, um verdadeiro especialista no assunto. Converteu os dois que bateu com extrema categoria.
Paulo Sérgio: 5,2.
Apareceu mais que Moisés no jogo, mesmo atuando só no primeiro tempo. Ele participa bastante das jogadas quando sai da área e faz função interessante, mas o que tira presença de área da equipe. Quando teve oportunidade de brocar, foi travado pelo zagueiro. Perdeu, pra variar. Renatinho: 4,0: deve agradecer a Ygor por salvar nos pênaltis e Niltinho e Ruan Renato por não ter sido o pior em campo. Teve mais 45 minutos pra pegar ritmo, acho que tá faltando. Falta também aproximação dos companheiros, pra que ele não seja obrigado a enfrentar os marcadores adversários toda hora. Não é o começo que esperávamos dele, mas longe - muito longe - de ser fim da linha. Está só começando. Inclusive, quanto mais atuar nessas partidas sem tanta importância, melhor vai ser para o futuro desenvolvimento dele até chegar à titularidade e quem sabe com boas atuações na Série B futuramente.
Conjunto: 7,0.
Teve variação tática, criou diversas oportunidades claras de gol, mandou absolutamente no jogo, só que sem traduzir esse volume em bola na rede. Vi o que Fábio Moreno pensa como deveria se portar a equipe. Quero ver fazer isso contra times mais qualificados e tenho pouca esperança de que consiga. Aguardemos. Vem pedreira na semi.
Fábio Moreno: 6,5.
Pode se contestar as alterações no intervalo, embora não acho que tenha sido exatamente isso que fez a Ponte cair de produção. Praticou bom futebol até os 20-25 minutos da etapa final, quando começou a pesar o cansaço e o emocional. Já que parece ter a confiança da diretoria, talvez a cartada final no Troféu do Interior para convencer o torcedor de que pode ser o treinador da Macaca e que merece mais tempo e menos pressão. Vai aproveitar a oportunidade?
Botafogo: 3,5.
Que time ruim! Mesmo assim, nas mãos do Argel, foi competitivo, sobreviveu e deu trabalho pra Ponte. Quase comete o crime, o que seria creditado mais à nossa incompetência do que suas próprias qualidades. Fez bem pra Ponte nesse Paulistão. Nos deu três pontos e uma classificação no Interior. Volte sempre!
