Opinião

O que a chegada de Dedé pode significar e causar de sentimento no ponte-pretano

Salve Macacada!Um Feliz ano novo aos amigos do Macacast e a todos os torcedores. <img src="https://firebasestorage.googleapis.com/v0/b/macacast-podcast.appspot.com/o/images%2FWhatsApp%20Image%202022-01-06%20at%2014.51.12.jpeg?alt=media&amp;token=2fde7cb2-d916-42fb-ba0d-280dd9ef2874"><s>Foto: Pontepress</s> O fim de ano do ponte-pretano foi sacudido nas redes sociais, com a notícia da contratação do zagueiro Dedé. Eleito um dos maiores jogadores da história do futebol nacional, bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro, grande destaque revelado no Vasco, o levando a Seleção Brasileira, foi ao mesmo tempo que uma surpresa, foi um "raio de esperança" na sofrida torcida da macaca. Luizão "Psicóloga", Cleylton (que ainda está por aí), Ruan Renato e Rayan D.M, deixaram a cabeça do torcedor "batendo biela", durante à temporada 2021. Fábio Sanches e Thiago Lopes foram o sopro, e a chegada de Dedé, o facho de luz que faltava. Sim, vamos com calma! Dedé está há muito tempo parado por contusões graves, que o afastaram do futebol por dois anos, mas seu nome e a qualidade que já apresentou dentro do futebol, o credencia a jogar e bem na Ponte. Se há um sentimento que o ponte-pretano tem avidez, é a esperança. E se contarmos com a inabalável fé que nos permeia mais de 121 anos, ficará difícil de nos derrubar. Boa sorte à Macaca, ao elenco e ao Kleina, 2022 já começou e com ele todo o nosso Axé!Saudações ponte-pretanas! 🦍

Zagueiros, Dedé e o Fio de Esperança 

O samba descompassado do treinador pontepretano 

O desafio de Felipe Moreira e do elenco da macaca para o jogo deste domingo contra o Tubarão, em Londrina, será mais uma oportunidade de se manter a evolução que o time vem demonstrando jogo após jogo, na opinião do próprio treinador ponte-pretano. Não só na opinião do técnico, mas de alguns atletas, como Léo Naldi, que essa semana fez questão de defender o trabalho do F.M., "estamos evoluindo". Essa evolução que o treinador e os jogadores vêm observando está muito longe do ideal que o torcedor da Ponte espera para a série B. O empate por 0 a 0, em casa, com o campeão e "combalido" Ceará foi péssimo. Felipe Moreira, em entrevista coletiva pós-jogo, disse ter ficado triste com empate, mas feliz com a performance. Que performance? A resposta para a substituição de um centroavante, ainda no primeiro tempo, por um volante e com isso não mudaria o esquema tático que ele iniciou, demonstra uma verdadeira desconexão com o que o treinador pensa e o que acontece em campo. "Com a entrada do Léo, o Cassinho fez e faz muito bem a função de atacante", é sério isso F.M.?O descompasso entre a realidade do campo e a leitura de jogo do treinador ponte-pretano não só é preocupante neste início de campeonato, como para o futuro da equipe na série b. Após o ponto conquistado em Campinas, a equipe cearense foi presa fácil para o líder Vitoria, no Presidente Vargas, na derrota por 2 a 0. A macaca terá sua chance contra o Londrina de somar os três pontos fora de casa ou continuar "evoluindo" na visão do seu comandante e voltar para Campinas com mais uma derrota e "namorando" com a zona de rebaixamento.

A "tal evolução" de Felipe Moreira

"Um povo que não conhece sua História, está fadado a repeti-la", Edmund Burke

Existe uma frase, do filósofo irlandês Edmund Burke, que diz: "Um povo que não conhece sua História, está fadado a repeti-la". Ao falar isso, a provocação que nos é trazida é a de que devemos sempre preservar os fatos e artefatos históricos, afim de enxergarmos facilmente ali, o que nos moveu e nos trouxe até aqui. Eu já estava com essa frase na cabeça desde o começo da semana, em que fomos brindados com defesas de atitudes nefastas em rede nacional, e sem qualquer escrúpulo por parte de seus interlocutores. Porém, isso me pegou ainda mais, quando chegou até mim fotos e relatos de torcedores que foram convidados às dependências do Moisés Lucarelli, e se depararam com uma situação de total abandono. Não vou mentir, já imaginava que as coisas por lá estivessem ruins, afinal quem frequenta o Majestoso, enxerga com facilidade a situação precária de nossas instalações. Mas eu não pensava que o problema era tão grave assim, com os mínimos detalhes. A Ponte Preta é um clube que tem como sua base de sustentação sua história, esse é o maior motivo de orgulho de seus torcedores, fazemos sempre questão de contar, e relembrar o que nos trouxe até aqui. As fotos e os relatos me destruíram, foi como se alguém estive tentando apagar uma parte de mim. Foi doloroso demais ver a carta de fundação do Primeiro Time de Futebol do Brasil, jogada em um canto como se nada significasse, como se esse documento histórico fosse nada mais que um pedaço qualquer de papel. Não, isso não é só um pedaço de papel, isso é a origem do que nós pontepretanos somos. Pra mim, isso foi simplesmente a prova física e nítida, de como as administrações anteriores não tinham qualquer interesse na Ponte Preta. Ninguém estava ali pela Ponte! Todo mundo sabe que até hoje todo levantamento histórico que a Ponte fez, todo livro, toda pesquisa e etc, partiram de iniciativas particulares, de torcedores abdicados e apaixonados. A diretoria que se auto declarou o povo mais pontepretano que existe, nunca se interessou por isso. Fui, e ainda sou, um ferrenho apoiador da mudança de governança na Ponte Preta, por entender que que dizia ter o DNA pontepretano, não sentia a mesma motivação que nós temos. Isso rapidamente se mostrou verdade, quando menos de 1 mês após sair do poder, seus cabeças começaram as ações e manobras afim de inviabilizar o clube. Mas pra mim é ainda mais impactante que foram essas pessoas, que nada fizeram para preservar e resgatar a nossa história. Esse é o maior bem, o maior estandarte, o maior motivo de orgulho que a Ponte Preta possui, a sua história, e se quem sempre esbravejou que era o "Salvador" da Ponte Preta, foi incapaz de manter e zelar por isso, não existe mais argumentação que sustente qualquer defesa desses. Enfim, mesmo essa imagem de dor e abandono, é um fato histórico, que nos mantenhamos isso em mente, afim de não repetirmos esse tipo de história.

Esse é o seu Estandarte

Uma simples crônica sobre o dia seguinte de um pontepretano após a derrota contra o São Bernardo.

Jurandir é baiano nasceu em 1967, na cidade de Feira de Santana, chegou à Campinas em 1975, ano do jubileu. Seu primeiro habitat foi a Vila Industrial, bairro operário e tradicional da cidade. Achava lindo de “como era lindo” o lago dos cisnes, hoje terminal central. Hoje, o baiano mora em Hortolândia. Trabalha no centro de Campinas, na famosa treze de maio, é técnico de manutenção na rede “Magalu”. Sábado, às 07h, Jurandir embarca para Campinas para mais um dia de trabalho. Na linha metropolitana Hortolândia-Campinas, encontra-se com conhecidos, dois amigos (Zé Mario e Roberto), e Neide, vizinha de rua e parceira de “feira” nos domingos do JD Amanda II. Ao descer no Terminal Metropolitano, dia comum como a maioria, se depara com Mariovaldo, amigo dos tempos de Vila Industrial: - Fala Jurandir, como tá “meu véio”?- Grande Mariovaldo, quanto tempo? A prosa se entende até que Mariovaldo toca no assunto que ao mesmo tempo, enche o baiano de alegria e tristeza. - E a Ponte, Jurandir? Ganhou quarta hein? O Lucca é bom!- É, hoje joga em São Bernardo, sei não! Ao se despedir de Mariovaldo, deseja lembranças à sua família e segue o caminho em direção a Estação Cultura. Em frente à própria estação, Jurandir observa a movimentação intensa no sabado de manhã de veículos em direção a Andrade Neves. E segue, a caminho da “treze”, pensando que o dia, não será fácil, nenhum diá é fácil na verdade, mas além do exaustivo dia de trabalho no centro de Campinas, é dia de Ponte Preta! Na banca de jornal, Jurandir observa a capa do Correio Popular e se recorda da saudade que sente do “falecido” Diário do Povo. Ao chegar no local de trabalho, na Treze com a Glicério, dá bom dia aos colegas, acena ao supervisor, deixa suas coisas no armário e segue… Aquele cafezinho não podia faltar. São 10h30, a loja com muitos clientes e na cabeça do Jurandir… Hoje tem Ponte Preta! Rogério, estoquista da loja há 10 anos, é ponte-pretano também e vai acompanhando as notícias pelo celular. Jurandir sente falta do jogo no rádio, como aprendeu com o pai, Waldemar, ainda no interior da Bahia e o que permaneceu ao chegar na cidade das andorinhas. - E ae Rogério, quanto o jogo? São 12h50.- Perdemos Jurandir, dois a zero para os caras. Jurandir, não se abala – ou não se deixa abalar, com mais uma derrota da Macaca. 14h e fim do expediente no centro. O baiano sobe a treze de maio em direção à Estação Cultura, o movimento já não é mais o mesmo na Andrade Neves. Ao chegar no Terminal Metropolitano, observa uma roda de pessoas, torcedores no caso, dois estão com a camisa da Ponte: - O Kleina tem que sair, não dá mais!- E o Matheus Jesus? Nossa, o traseiro maior que do Rodrigão… Jurandir, sente a dor e a emoção que o futebol provoca na vida das pessoas. Ao chegar no bairro do Amanda, encontra-se com Carvalho, dono do bar na rua principal. Palmeirense, ele não deixa passar o abatimento de Jurandir: - Jurandir, e a Ponte hein? Que jogo horroroso!- Ah, calma, essa semana tem o mundial, será que vai acabar a musiquinha?- Esse ano, acaba Jurandir!- Sei não, hein! A noite cai na cidade de Hortolândia, Jurandir está na quarta garrafa de Antartica, o Mallboro no canto. Suas filhas Carla e Juliana, passam para dar boa noite. A patroa, Dona Iracema, que é flamenguista dos tempos do interior de Minas, onde nasceu, carrega seu chaveiro rubro-negro. - Jurandir, esquece essa Ponte Preta, tu não aprende não é?- Nem estou pensando no jogo, quero é ver a novela dos gêmeos. O domingo amanhece, Jurandir como de costume vai à feira, encontra-se com Neide e manda uma abraço ao Gaspar, seu marido. Dionísio, dono da banca de frutas, ao ver o baiano com suas sacolas e proezando com Neide, não deixa escapar: - Jurandir, e a Ponte hein? Vai brigar de novo lá embaixo.- Sei não, será mais um ano de sofrimento, isso é certeza!- Essa semana tem a Ferroviária e o São Paulo, será que dá? Pergunta Dionísio.- A Ponte tem dessas né? Vai que ganha os dois jogos, sei não hein! Ao chegar em casa, vai direto à cozinha para ajudar Iracema com o almoço de domingo, os genros e netos estarão por lá. Jurandir vai ao guarda-roupa e pega na gaveta a camisa desbotada, branca com a faixa preta de 1989, da Finta. A coloca, e diz a Iracema: - “O melhor de ser ponte-pretano é quando não tem jogo”. Dia seguinte de torcedor, à família reunida, criançada correndo, tv ligada no esporte, o rádio no Milton Neves, e o genro, Alberto, corintiano daqueles chatos, ao ver Jurandir, não perdoa… - Jurandir, e a Ponte? E o Kleina?- Sei não hein! Pega minha caneca no balcão da cozinha, por favor!- Qual caneca?- A preta, da Ponte!- A Antartica desce e Jurandir até se esquece que amanhã é segunda e deve ouvir mais umas trezentas vezes até o próximo domingo…- Jurandir e a Ponte?- Sei não hein! <img src="https://firebasestorage.googleapis.com/v0/b/macacast-podcast.appspot.com/o/images%2FWhatsApp%20Image%202022-02-06%20at%2011.32.55.jpeg?alt=media&amp;token=a088aa91-afff-4db0-9085-ea6c9b26a853"><s>Fotos retiradas do portal ACidadeON</s>

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